quarta-feira, 20 de maio de 2009

Maioria dos estudantes de MBA prefere trabalhar em empresas familiares...

Fonte: www.administradores.com.br

Pesquisa intitulada "La empresa familiar: percepciones de los estudiantes del programa MBA", realizada com estudantes do MBA (Master Business Administration) da IESE Business School, revelou que os alunos acreditam que empresas familiares são lugares melhores para se trabalhar do que as não-familiares.

Para eles, é verdade que as organizações familiares tendem a pagar salários e bônus inferiores, mas compensam com benefícios não-financeiros, relacionados ao bem-estar dos profissionais.

Pontos negativos

No entanto, a maioria dos estudantes admite que as empresas administradas por famílias têm mais dificuldades para atrair bons profissionais, bem como para mantê-los.

Eles afirmam que essas empresas deveriam aproveitar mais suas qualidades, a fim de valorizar a carreira de seus funcionários a longo prazo, já que costumam ser reconhecidas como organizações estáveis, e justamente essa estabilidade é vantajosa para muitas pessoas.

Além disso, os estudantes afirmam que o acesso à informação costuma ser mais difícil nas empresas familiares e que, nessas organizações, os funcionários têm menos liberdade para tomar decisões.

Mas, segundo a pesquisa, é importante sublinhar que, apesar do acesso à informação representar um desafio, especialmente para funcionários que não fazem parte da família proprietária, o sentido de identidade e o clima de confiança que podem existir nesse tipo de organização facilitam uma comunicação mais aberta.

Outras descobertas

Quanto à questão da sucessão, nas empresas familiares, o papel do antecessor é vital para a criação de um clima de trabalho apropriado, no qual os sucessores possam desenvolver suas habilidades para a gestão.

Nesse tipo de organização, conforme demonstrou a pesquisa, a preparação de sucessores costuma ser mais longa do que nas demais empresas, mas também é feita com maior proximidade entre antecessor e sucessor.

Por fim, os entrevistados pela pesquisa acreditam que a qualidade dos conselhos de administração das empresas familiares é tão boa quanto a das empresas não-familiares, e que os interesses dos proprietários estão melhor representados nas empresas familiares.

Sobre a pesquisa


A base da pesquisa é um questionário online que recebeu 213 respostas, de estudantes procedentes de 21 países. Para realizar o estudo, a cátedra de Empresa Familiar da IESE Business School contou com a contribuição do Family Business Club do IESE, uma associação de alunos de MBA interessados no tema empresas familiares.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Treinamento

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/treinar_e_pra_animais_de_circo_ser_humano_se_desenvolve/29908/

Treinar é pra animais de circo , ser humano se desenvolve
12 de maio de 2009 às 08:09
A vida é feita de desafios diários e cada um de nós tem desafios diferentes a enfrentar, como você os enfrentará é que determinará seu futuro e como será sua vida.

E mudar é a única certeza que temos, seja nós ou o mundo estamos sempre em constante transformação, o grande problema não é a mudança em si, mas como reagimos a ela, por isso a importância de ter uma boa auto-estima , você deve se aceitar com os seus defeitos e qualidades e saber viver com eles ou incorrerá no erro de continuar a culpar o mundo pela suas mazelas.

Existe um exercício muito simples e poderoso de auto-conhecimento que poderá lhe auxiliar a fortalecer a sua auto-estima , pegue uma folha em branco , faça 2 linhas no meio , dividindo a folha em 3 partes , coloque na parte superior os títulos nesta ordem Qualidades ; Defeitos ou Deficiências e Como melhorar , com isso você poderá visualizar as características físicas ou psicológicas que você gostaria de mudar ou não.

Um exemplo de características físicas: Se você colocar que se acha baixinha, não tem muito que fazer, tem que se acostumar , mas se colocar que se acha acima do peso , programe uma dieta, pois isso você pode mudar.

Exemplo de características psicológicas: Ser tímida, você pode começar a ler em publico, se obrigar falar com uma pessoa diferente por dia sei lá invente um exercício para desenvolver esta característica.

A grande diferença entre as duas é que nem todas as características físicas podem ser mudadas, mas as psicológicas são apenas uma questão de força de vontade e programação mental.

Reveja seus objetivos, em uma lista faça duas colunas uma com o que você é e na outra o que você gostaria de ser e avalie qual a "lacuna" entre os dois , estes serão seus objetivos de desenvolvimento , não estabeleça mais de 5 de uma vez e monitore o que você está fazendo para mudar periodicamente.

Não adianta choramingar o mundo não tem dó de ninguém, é você que tem de conquistar seu espaço, você é livre, o que está esperando para realizar seus sonhos, acredito que ninguém esteja confinado em uma cela ou acorrentado á alguma pedra, são apenas amarras psicológicas que você criou no passado e agora estão te limitando (como na estória do elefante de circo que depois de adulto fica preso por pequena estaca e uma corda fina) , na realidade nós é que temos de declarar nossa própria alforria.

Está viagem de incertezas que passamos se chama mudança, e são nestes momentos que nos sentimos desprotegidos, mas como em processo evolutivo sairemos mais fortes , preparados e confiantes para conquistar nossos sonhos.

Mas na maioria das vezes não conseguimos fazer isso sozinhos , por isso a importância de se realizar dinâmicas , reuniões , coachings para desenvolver sua equipe , pois se você não assumir isso com a sua equipe , alguém assumirá e a partir deste momento não adianta reclamar dos resultados.

Como Heráclito já disse a cerca de 2.500 anos atrás "Tudo muda exceto a própria mudança.”

Lembre-se sempre do exemplo da lagosta , que cresce formando e largando uma série de cascas duras, protetoras. Cada vez que ela se expande, de dentro para fora, a casca confinante tem de ser mudada. A lagosta fica exposta e vulnerável até que, com o tempo, um novo revestimento vem substituir o antigo.

A cada passagem de um estágio de crescimento humano para outro, também temos de mudar uma estrutura de proteção. Ficamos expostos e vulneráveis, mas também efervescentes e embriônicos novamente, capazes de nos estendermos de modo antes ignorado.
Essas mudanças de pele podem durar vários anos; entretanto, se sairmos, de cada uma dessas passagens, entramos num período mais prolongado e mais estável, no qual podemos esperar relativa tranqüilidade e uma sensação de reconquista de equilíbrio.

Abilio Diniz

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/administracao_por_abilio_diniz/29674/

Administração por Abilio Diniz
27 de abril de 2009 às 15:31

O empresário Abilio Diniz, proprietário do Grupo Pão de Açúcar, concedeu uma relevante entrevista para as páginas amarelas de Veja, desta semana, 29 de abril de 2009.

A relevância das análises e do conhecimento do entrevistado, além do renome da empresa, são temas obrigatórios em aulas, por isso a minha turma já sabe, que vem chegando um estudo de caso.

Nesta entrevista algumas lições para administradores, gestores, docentes, discentes, profissionais de marketing, comunicação, entre outros, envolvidos com management.

Primeiro destaque de Veja: "poucos empresários no Brasil observaram tão de perto as mudanças no varejo e nos hábitos de consumo dos brasileiros quanto Abilio Diniz, 72 anos, dono do Grupo Pão de Açúcar.

Ele está no ramo desde os 19 anos, quando ingressou como gerente de vendas na empresa fundada pelo pai, Valentim Diniz, em 1948.

Depois de comandar o grupo por oito anos, Abilio passou a ocupar, em 2003, a presidência do conselho – de onde continua a apitar em tudo.

Sua visão em relação à crise atual (uma de várias que testemunhou) é otimista. Ele está respaldado nas próprias vendas, que subiram quase 10% neste ano, e na crença de que os fundamentos macroeconômicos do país são bons. "Há uma solidez que torna o Brasil menos vulnerável", diz Abilio."

Poupança, a pior decisão

Pois bem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocupado com os efeitos políticos na mudança do cálculo dos rendimentos da caderneta de poupança, pode optar pelo pior caminho. Em vez de enfrentar tecnicamente o problema, tende a tomar medidas paliativas em seu governo, deixando a resolução final para o próximo presidente. Uma decisão que contrasta com aquele presidente do primeiro mandato, que não se cansava de repetir não ter receios de tomar medidas impopulares em nome da estabilidade econômica. Agora, parece se curvar às pressões politiqueiras.

Pior ainda é que o caminho que vem sendo desenhado como preferido pelo presidente pode acabar beneficiando exatamente aquela turma que alguns petistas adoram atacar, mesmo muitos fazendo parte dessa galera: os rentistas. Isso mesmo, Lula pode isentar de alguns impostos as aplicações financeiras em fundos de investimentos. Objetivo: torná-los mais atraentes que a caderneta de poupança.

Dentro do governo, auxiliares de Lula culpam a oposição de ter transformado o caso da poupança numa bandeira política. Com isso, teria ficado impossível seguir pelo caminho mais racional. Qual seja? Acabar com aquela parcela de juros tabelados para o rendimento da caderneta de poupança. Se um dia isso fez sentido, no cenário que se desenha para o Brasil perdeu totalmente a razão de existir. Com a taxa básica de juros do Banco Central caindo, caminhando para ficar abaixo dos dois dígitos, esse rendimento tabelado trabalha contra o bom funcionamento da economia.

Bem, explicando um pouco melhor o caso, hoje a poupança rende 6% de juros garantidos todo ano, mais a variação da TR (Taxa Referencial) --calculada com base na média dos juros cobrados por bancos na negociação de CDBs. Com os juros do BC caindo, os fundos de investimentos --aplicação preferida da classe média para cima-- estão perdendo competitividade. Resultado: há o risco de uma migração de dinheiro dos fundos para a caderneta de poupança. E risco porque, nesse caso, o governo poderia ter dificuldades em rolar sua dívida, financiada pela grana dos rentistas aplicada nos fundos de investimento.

O governo deveria enfrentar de frente o caso e propor o fim dos juros tabelados de 6% anuais, deixando que cada banco ofereça a remuneração mais apropriada de acordo com as força do mercado. Mas só que a oposição disse que isso poderia representar um confisco ao estilo Fernando Collor --o que é uma grande mentira, mas na guerra política, infelizmente, tudo vale--, o suficiente para o governo Lula balançar e, pelo visto, optar pelo caminho mais fácil. Só que não o mais correto.

Valdo Cruz


sábado, 9 de maio de 2009

Ensino Superior Orientação errada pode determinar

Ensino SuperiorOrientação errada pode determinar fracasso no TCC..
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 10:43 hs.05/05/2009 -

Professor deve indicar caminhos e apontar problemas de desenvolvimento. Por Larissa Leiros Baroni.
Após um ano de trabalho, pesquisa e entrevistas, quatro horas de captação de imagens, outras vinte na ilha de edição para finalização do TCC (trabalho de conclusão de curso), a decepção. Grande parte do que a radialista Lilian Christina de Melo Cruz, 29 anos, e sua equipe tinham desenvolvido não recebeu o aval da banca avaliadora. Problemas técnicos e estruturais, jamais citados pelo orientador, foram apontados pelos avaliadores, que descontaram muitos pontos da nota final."A nota foi suficiente para a aprovação, mas a decepção foi maior com a falta de consideração do orientador", explica Lilian. Segundo ela, o professor designado para a equipe não cumpriu seu papel durante o desenvolvimento do projeto, mas concordou com todos os comentários dos avaliadores. "Não recebemos a orientação que deveríamos. Na véspera da edição do vídeo, questionamos o orientador sobre o roteiro e ele nos disse que estava tudo ótimo, mas mudou de idéia no dia da banca final, quando não podíamos fazer mais nada", conta.De acordo com a professora de Pedagogia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), Ermelina Thomacheski, muitos estudantes não valorizam a figura do orientador e nem dão a devida atenção ao processo de escolha do professor que os acompanhará durante todas as etapas do projeto. "Isso pode emperrar o desenvolvimento do trabalho e, inclusive, comprometer o resultado", enfatiza.

Na opinião do diretor do Instituto de Ciências das Artes da UFPA (Universidade Federal do Pará), Afonso Medeiros, o primeiro passo para que a influência do orientador seja positiva é reconhecer a importância da parceria entre aluno e professor. A coordenadora da graduação de Pedagogia da Unicamp (Universidade de Campinas), Angela Soligo, explica que o papel do orientador é acompanhar o estudante desde a criação do projeto - com a escolha do tema - até a construção teórica e prática do trabalho. "O TCC integra o processo de aprendizado do aluno e, geralmente, é o primeiro contato do estudante com pesquisa e projetos desse porte. Por isso da importância da direção", aponta.Além de todo o suporte técnico, Angela acredita que o orientador também tem a função de dar apoio afetivo. "Os processos do trabalho, em geral, são difíceis. Portanto, é natural que surjam angústias, cansaço e desânimo. Daí a importância de um orientador para compreender as dificuldades", diz a coordenadora da Unicamp. Na opinião dela, o orientador é co-responsável pelo trabalho. "Mas quem tem o poder de decisão é o estudante", enfatiza.Processos de escolhaComo escolher o orientador- Reconheça a importância da parceria entre professor e aluno- Saiba distinguir quais são seus papéis e os do orientador no desenvolvimento do trabalho- Confira as regras da universidade para a escolha do orientador- Priorize professores com interesse no assunto a ser pesquisado e na modalidade do projeto para que a orientação não seja superficial- Verifique a disponibilidade do professor.
Caso ele esteja orientando mais de seis projetos, opte por outro com mais tempo- Converse informalmente com os possíveis candidatos a orientador para saber de seus interesses e disponibilidade- Escolha um professor com quem tenha empatia- Procure estudantes que já tenham sido orientados pelo professor escolhido e verifique se suas características são compatíveis com seus interesses- Caso haja problemas na orientação no decorrer do processo, estude a possibilidade de substituir o professor- Escolha um co-orientador para ter mais uma opiniãoEnquanto algumas instituições permitem que os estudantes escolham o orientador, outras indicam o professor considerado mais adequado à tarefa. Esse é o caso da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), onde a radialista Lilian se formou. "Queria muito poder escolher, pois a imposição acabou nos limitando e nos prejudicando", reclama.Para a gerente de desenvolvimento de ensino da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), Silvia Dutra, é importante verificar a regulamentação da universidade e do curso. "Isso porque as regras também variam de curso para curso", ressalta. Segundo ela, há manuais de TCC, inclusive, que descrevem dicas e pré-requisitos para a escolha do orientador. "Em caso de dúvidas ou descontentamentos, é recomendável conversar com a coordenação do curso para esclarecimentos e acertos", sugere.Quando há opção de escolha, é importante atentar a alguns pontos. O primeiro deles, segundo Silvia, é a sintonia entre tema e orientador. "O ideal é buscar o professor - dentre aqueles que integram o quadro de docentes da instituição - com mais conhecimento no tema e na modalidade do projeto", aconselha a gerente da Unisinos. "Só assim a orientação será efetiva. Sem conhecimentos técnicos, o direcionamento pode ser superficial", completa.
Como a escolha também deve estar alinhada ao interesse do professor, Ermelina sugere que os estudantes conversem informalmente com os possíveis orientadores antes da decisão. "Comente sobre o projeto e saiba se o professor tem vontade e conhecimento no tema. Caso a resposta seja negativa, ele poderá indicar algum colega", diz a professora da PUCPR.No entanto, interesse nem sempre é sinal de disponibilidade. É o que alerta Ângela, para quem uma boa orientação está baseada no tempo que o professor dispõe para acompanhar o estudante. "Alunos de graduação exigem mais dos orientadores, até porque estão aprendendo a construir, escrever e produzir projetos dessa natureza. Além disso, a autonomia é bem menor se comparada a estudantes de pós-graduação" afirma. Lilian conta que a indisponibilidade de tempo do seu orientador foi um dos motivos para os problemas no acompanhamento do trabalho. "Ele tinha muitas equipes para acompanhar, o que fez com que não cumprisse sua tarefa direito com nenhuma delas. E quem saiu perdendo fomos nós", relata.A afinidade também é fator que, na opinião da Angela, precisa ser considerado nesse processo de escolha. Um bom orientador, segundo ela, tem que saber ouvir, acolher as dúvidas dos alunos, respeitar interesses e cobrar quando necessário. Ermelina acrescenta a paciência e a tolerância como outras características fundamentais aos conselheiros. "Converse com estudantes que já foram orientados por aquele professor que pretende escolher e verifique suas características", indica.Mesmo seguindo as recomendações acima, Rosineide Pereira Souza, estudante do último semestre do curso de Administração da Anhangüera-Faenac (Faculdade Editora Nacional), teve problemas com a escolha do orientador. Por meio de sorteio, a instituição designou uma professora pouco engajada com o projeto. "Não a conhecíamos bem. Além disso, ela ia à faculdade apenas uma vez por semana - o que dificultou ainda mais o contato", explica. Rosineide afirma ter tomado a decisão de mudar de orientador ao perceber o atraso de sua equipe em relação ao cronograma estabelecido pela instituição. "Procuramos o coordenador de TCC, explicamos a questão e solicitamos a substituição já com a indicação de um novo professor. Hoje, conseguimos recuperar o atraso", conta.Para Ermelina, a decisão de Rosineide foi correta. "Apesar de conflituosa, já que um segundo professor terá que praticamente recomeçar o trabalho com tempo bem menor, a troca é mais sensata do que empurrar o problema", salienta a professora da Unicamp. Segundo ela, há indicadores do momento de troca. "Quando se está patinando no mesmo lugar, não se encontra caminho para os problemas, quando não consegue entender o que o orientador quer ou ainda quando não há avanços no projeto, esse é o termômetro da substituição", descreve.Reforço extraPara incrementar a orientação do TCC, existe ainda a figura do co-orientador. "Sua função é complementar à do orientador, já que compartilha conhecimentos para auxiliar os estudantes no desenvolvimento dos projetos", explica Silvia. No entanto, nem todas as universidades regulamentam a co-orientação. "Mas mesmo informalmente é possível contar com auxílio extra, até porque é sempre positivo ter outra opinião", aponta a gerente da Unisinos.Em alguns casos, a presença de um co-orientador pode até ser fundamental. "Quando o estudante escolhe temas complexos ou multidisciplinares, que envolvem diversas áreas", exemplifica Angela. "Há, ainda, casos em que é preciso ter um orientador para o conteúdo e outro para a forma", complementa. Ainda que opiniões variadas contribuam para o amadurecimento do projeto, a coordenadora da Unicamp acredita ser preciso tomar precauções. "A figura do co-orientador prejudicar quando não há entendimento com o orientador e suas dicas se contradizem", ressalta.
Fonte: Universia

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Faltou consulta as pessoas para a nova reforma ortografica, diz especialista

As pessoas comuns poderiam ter sido mais ouvidas na elaboração do Acordo Ortográfico que começou a vigorar em 1º de janeiro deste ano. Para o coordenador do curso de letras da Universidade Estácio de Sá, no Rio, Deonísio da Silva, a forma como foi feito o acordo dificulta a assimilação. “Se a sociedade que usa a língua fosse mais consultada, daria muito menos trabalho [difundir as novas normas]”, considerou.A língua portuguesa escrita estava “precisando” de uma reforma, na avaliação de Deonísio. No entanto, ele acredita que as mudanças deveriam ter levado em conta as transformações decorrentes do próprio uso do idioma, em vez de dar prioridade às regras formais da escrita. “A reforma não deveria ficar só nos dicionários. Os dicionários estão atrasados pelo menos 40 anos [em relação ao idioma utilizado no cotidiano]”. Na opinião do coordenador, as deficiências na elaboração do projeto comprometem a eficácia da reforma linguística.“O acordo, do jeito que foi feito, vai demandar outra reforma em breve”, ressaltou.Até 2012, quando o modo de escrever antigo deixará de ser aceito, os brasileiros já terão incorporado as mudanças, prevê o professor de letras da Universidade de São Paulo Valter Kehdi. Ele reconhece que “a ortografia sempre implica hábitos muito arraigados”, mas acredita que com o uso diário, a nova forma de escrever será assimilada dentro do prazo de transição.Para ele, o ideal é que as pessoas aprendam as regras mais simples e “esqueçam” as mudanças em relação ao hífen, que são mais complexas. De acordo com Kehdi, o melhor é ter um dicionário atualizado para esclarecer as dúvidas em relação à escrita.Apesar da nova ortografia já ter sido adotada por vários veículos de comunicação brasileiros, ainda não foi implementado nenhum programa oficial de divulgação das novas regras. O Ministério da Educação(MEC) informou que produziu uma cartilha sobre o assunto, mas espera por aprovação da Academia Brasileira de Letras (ABL). A versão digital do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), disponível na página da ABL, não foi atualizada até o momento. O presidente do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Godofredo de Oliveira Neto, acredita que a difusão pelos meios de comunicação é maior do que a esperada e suficiente para que as novas normas sejam conhecidas pela população. “Até programa humorístico está tratando disso [acordo ortográfico]”, brincou.

Elaborado em 1990, a ideia do Acordo Ortográfico é unificar a maneira de escrever em todos os países que utilizam o português. Porém, ainda existem resistências em relação às mudanças, principalmente em Portugal. Uma petição eletrônica , apoiada por intelectuais lusitanos, conseguiu mais de 100 mil assinaturas rejeitando a reforma.Para Valter Kehdi, é normal que haja reação maior em Portugal, devido à tradição do país como berço da língua. O professor acredita que o acordo é “desejável”, apesar de discordar de algumas mudanças.Mesmo com as controvérsias, o governo português manifestou a intenção de que o Acordo Ortográfico entre em vigor este ano. Pelas ruas, as opiniões em relação à nova maneira de escrever estão divididas - alguns concordam com as mudanças, outros acham desnecessárias e existem até aqueles que ainda não ouviram falar das novas normas. O artista plástico Felipe Pontes disse que desconhecia as novas regras de ortografia, mas que pretende se informar. “Acho que vou buscar essas novas palavras na internet”.A analista de câmbio Sandra Ferreira leu sobre as mudanças nos jornais e na internet. No entanto, considerou-se “bem por fora” da nova ortografia. Apesar de não conhecer a fundo as regras, ela acredita que a padronização da escrita é uma medida positiva. “É legal unificar, já que é a mesma língua”.

Confira alguns depoimentos colhidos pela Agência Brasil em São Paulo, Brasília e no Rio de Janeiro:
“Algumas mudanças tornaram a nossa ortografia mais difícil, principalmente porque nos acostumamos a escrever da forma antiga. Porém, creio que em pouco tempo os brasileiros irão se acostumar a escrever de acordo com a nova ortografia.”. Eduardo Mello, advogado, Brasília.“É para mudar as palavras, né? Tomar outro rumo, como pronunciar, mudar os acentos”. Célia Regina de Mello, faxineira, Rio de Janeiro.“O que eu acho desagradável é que não é uma tentativa completa. Iniciou com esse objetivo de integrar todos os países que falam a língua portuguesa mas não abrangeu, não teve uma abertura, não teve amplitude e aí acaba que você vai se adaptar a uma coisa que não teve o foco atendido”. Priscilla Silva de Lima, arquivista do Serviço Florestal Brasileiro, Brasília“Acho que precisa de mais divulgação por meio dos jornais. O público em geral não tem acesso à informação” Sidney Cortez, analista de câmbio, São Paulo.“Eu acho bom no sentido de criar um padrão na língua portuguesa que é falada não só aqui no Brasil, mas em outros países”. Fábio Luiz e Silva, estudante universitário, Rio de Janeiro.“O que eu sei é que houve algumas mudanças em relação a algumas palavras. Não sei muito bem, só sei que algumas palavras mudaram na grafia, não sei se mudou a maneira de falar, mas que a grafia mudou isso a gente sabe”. Rosa Shirley Peres da Silva, estudante universitária, Brasília.“Vou ter que ir pra escola de novo, senão daqui a pouco vão me chamar de burra. Para mim, tinha que deixar do jeito que estava”. Silvana Ferreira, dona de banca de revista, São Paulo.